FRIEDRICH HEGEL
O contexto histórico de Hegel é o da influência das ideias iluministas, da Revolução Francesa, da derrocada do mundo feudal e pós nascimento da ordem burguesa. É nessa contradição dialética que Hegel formula seu idealismo: o uso da Razão para explicação filosófica.
Para Hegel essa contradição continua, pois a Alemanha ainda estava mergulhada numa ordem feudal, estando politicamente dividida em diversos Estados não unificados.
A filosofia de Hegel é uma filosofia do devir ( do vir-a-ser (movimento e transformação)), com a finalidade de explicara a realidade em constante movimento. Descarta a lógica aristotélica que não é adequada para a explicação do movimento. A lógica hegeliana tem o princípio da dialética, que neste caso tem a ver com processo, é a estrutura contraditória do real, que passa por três momentos: o da identidade ( tese); o da contradição ( antítese) e o da positividade ou negação ( síntese).
Para Hegel a Ideia pura é a tese, esta para se desenvolver cria um objeto oposto a si, a Natureza (antítese), que é a Ideia alienada, o mundo privado de consciência. Da luta desses dois princípios nasce uma síntese, o Espírito, a um tempo pensamento e matéria, isto é, a Ideia que toma consciência de si através da Natureza.
O Espírito subjetivo do homem (emoção, desejo, imaginação) tese; a antítese e o Espírito Objetivo ( vontade coletiva por meio da moral, política, do direito) se realiza naquilo se chama mundo da cultura. A síntese final é o Espírito Absoluto que tem no seu ápice a Filosofia, saber de todos os saberes, a autoconsciência.
Ex.: Quando começo a esculpir uma estátua, estou diante da matéria-prima ( a madeira), que depois é negada, isto é, destruída em sua forma natural, mas ao mesmo tempo é conservada, pois a madeira continua existindo como matéria, mas elevada a um objeto diferente, uma forma criada. Assim, o trabalho nega a natureza, mas não a destrói: a recria.
O conceito de história é derivado de um processo de contradição. A história universal nada mais é o que a manifestação da Razão.
Dialética tomou vários sentidos ao longo da História, mas no geral, o sentido é de contradição, controvérsia |
A realidade, para Hegel, é constituída pela marcha do pensamento, é este que cria a realidade, que é a manifestação exterior do pensamento. O mundo é a manifestação da ideia.
O Estado seria uma das mais altas sínteses do Espírito Objetivo, que sintetiza, numa realidade coletiva, a totalidade dos interesses contraditórios entre os indivíduos, assim como a família é a síntese dos interesses contraditórios entre seus membros, e a sociedade civil é a síntese que supera as divergências entre as diversas famílias. O Estado representa a unidade final que supera a contradição entre o privado e o público.
Diferente dos contratualistas Hegel coloca o Estado como fundamento da sociedade civil e família, e não vice-versa. O Estado é soberano, funda o povo, ele é a mais perfeita realidade. A monarquia é a melhor forma de governo,pois nunca colocaria o indivíduo em primeiro plano, pois o monarca rege pelo bem do Estado.
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