quinta-feira, 31 de maio de 2012

Prêmio das Crianças do Mundo - 2012






"Todos os anos, milhões de crianças em todo o mundo organizam sua própria Votação Mundial pelos Direitos da Criança. Elas chegam ao local de votação em camelos e bicicletas, em barcos, a pé, em motos de neve ou carroças puxadas por cavalos.


Na primeira Votação Mundial, em 2001, 19.000 crianças participaram. Em 2009, mais de 7,1 milhões de crianças votaram. Mesmo as crianças em estados de partido único e que vivem em ditaduras participam. Na Birmânia, as crianças usam revistas e cédulas contrabandeadas através da fronteira com a Tailândia. No Zimbábue, mais de meio milhão de crianças participaram da votação organizada pelas meninas da Girl Child Network.


Na primeira Votação Mundial, em 2001, 19.000 crianças participaram. Em 2009, mais de 7,1 milhões de crianças votaram. Mesmo as crianças em estados de partido único e que vivem em ditaduras participam. Na Birmânia, as crianças usam revistas e cédulas contrabandeadas através da fronteira com a Tailândia. No Zimbábue, mais de meio milhão de crianças participaram da votação organizada pelas meninas da Girl Child Network."
http://worldschildrensprize.org/



No Colégio Gênese participamos, todos os anos, desse importante movimento. Trabalhar com o prêmio nos proporciona reconhecer o Outro, dentro de contexto social e cultural diferentes do nosso. Nos permite, também, sairmos da zona de conforto de nossa realidade.
Ao estudarmos os candidatos e suas lutas, percebemos que muitas coisas podem ser reconhecidas em nossa realidade cultural. Crianças em situações de risco existem, muitas vezes, tão perto e não percebemos.
O projeto é trabalhado com todas as turmas do colégio, respeitando sua maturidade e conhecimento, buscando desenvolver o sentido de agente histórico e social de cada um.
Nos envolvemos em discussões e conversas desde o mês de março e culminamos com a votação em maio.

Os alunos do Terceiro Ano trabalham o projeto de uma forma bem lúdica com os alunos do fundamental I. Buscam, através de jogos e brincadeiras, mostrar o objetivo principal do Prêmio das Crianças do Mundo: o respeito aos direitos de todas as crianças. Mostram também, que há pessoas, em diferentes culturas, que lutam pelas crianças e trabalhem a construção de um mundo melhor para todos.

Em um total de 163 crianças votantes tivemos a seguinte apuração:

Anna Mollel = 73 votos.
Sakena Yacoobi = 32 votos.
Ann Skelton = 58 votos.

A homenageada escolhida pela votação mundial deste ano foi Anna Mollel, mas devemos nos lembrar que todas as homenageadas ganham, pois seus trabalhos são importantes em seus países de origem.

Saiba um pouco mais sobre Anna Mollel e sua luta.

Aos seis anos, Anna Mollel percebeu, pela primeira vez, como era difícil a vida das crianças deficientes nas aldeias massai, no norte da Tanzânia. A pior experiência veio muitos anos depois, quando ela já tinha um longo histórico na luta pelos direitos das crianças deficientes.

Anna chegou a uma aldeia que acreditava estar totalmente desocupada, mas encontrou, abandonada no chão de uma casa, uma menina de oito anos que não conseguia se mexer e que teria morrido se Anna não tivesse ido até lá. Saiba mais sobre Anna e seu trabalho na revista O Globo

Anna Mollel é nomeada ao Prêmio das Crianças do Mundo 2012 por sua longa luta de mais de 20 anos em prol das crianças deficientes nas áreas rurais pobres do nordeste da Tanzânia.
Graças a Anna e à sua organização, o Huduma ya Walemavu, milhares de crianças com deficiência têm a oportunidade de viver uma vida digna. Elas recebem assistência médica, cirurgia, fisioterapia, terapia, cadeiras de rodas e outros dispositivos de suporte, a oportunidade de ir à escola, segurança e amor.

Anna sempre consegue ações em prol das crianças deficientes, ao falar sobre seus direitos para políticos e organizações, mas especialmente às pessoas nas aldeias rurais remotas.

Desde 1990, 12.500 crianças, principalmente da etnia massai, têm uma vida melhor graças a Anna e ao Huduma ya Walemavu. Crianças que teriam sido negligenciadas, abandonadas e poderiam ter morrido se não fosse pela luta de Anna em prol de seus direitos.





Universidade Aberta- Santa Casa

A Santa Casa fará no dia 04 de junho uma programação, muito interessante, para quem está interessado, ou mesmo em dúvida, de seguir a carreira de medicina. Vou deixar a programação e o link para que vocês tenham mais informações.

http://www.dcma.com.br/


PORTAS ABERTAS

Visita de vestibulandos a Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa
        de São Paulo - FCMSCSP “FCMSCSP de Portas Abertas”

Valor R$25,00
Data: 04/06/2012
Horário de início: 13h30m
Horário de término: 20h00
Local: Complexo Santa Casa De São Paulo
Endereço: Rua Dr Cesário Motta, 61

Horário Atividade
13h30 – 14h00 Apresentação do curso de medicina da FCMSCSP
14h00 – 14h20 “A Escolha da Profissão Médica” – Psicologia Médica
14h20 – 14h40 Palestra do Dep. De Medicina (Clínica Médica)
14h40 – 15h00 Palestra do Dep. De Medicina Social
15h00 – 15h20 Palestra do Dep. De Fisiologia (grupo A) /Visita ao Centro de Simulação (grupo B)
15h20 – 15h40 Visita ao Centro de Simulação (grupo A)/ Palestra do Dep. De Fisiologia (grupo B)
15h40 – 16h00 Coffee-Break
16h00 – 16h20 Visita ao Laboratório do Dep. De Morfologia
16h20 – 17h30 Visita pelo Complexo Hospitalar da Santa Casa
17h30 – 17h50 Palestra do Dep. De Patologia e Visita ao Laboratório de Patologia
17h50 – 19h00 Palestras com Especialidades Médicas
19h00 – 19h20 Coffee-Break.
19h20 – 19h50 Apresentação dos Órgãos Acadêmicos e da Batusanta.
19h50 – 20h00 Encerramento
Saiba Mais

Atenção

Itens obrigatórios para a visita a FCMSCSP
- Calça Comprida
- Calçado Fechado
- Documento com Foto (RG, CNH, Reservista)
- Foto 3x4

Preencha todos os campos e crie seu boleto no final para concluir sua inscrição.
Preencha o formulário aqui.
Após pagamento envie cópia do comprovante para o e-mail: tesouraria@dcma.com.br

Contatos:
- DCMA -             (11) 3361-2319    
- Email: dcma@dcma.com.br / cientificodcma@gmail.com

O Departamento Científico “Manoel de Abreu” – DCMA agradece o interesse pela visita!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Platão - 1º ano EM



O texto abaixo servirá para apoio na prova mensal. 



PLATÃO

Seu professor, Sócrates, não escreveu seus ensinamentos. Platão, como discípulo de Sócrates, escreveu muito dos ensinamentos que lemos dele.  Porém, nos diálogos, Platão faz do personagem Sócrates porta-voz de seus próprios pensamentos, de modo que é difícil estabelecer quais são os ideais de Platão e quais são os de Sócrates.
Em 399 a .C. Platão testemunhou o julgamento e a condenação de Sócrates, tendo sido acusado de corromper a mente dos jovens e não acreditar nos deuses. Após a execução de Sócrates, revoltado com a democracia Ateniense e talvez preocupado com sua própria segurança, Platão deixou Atenas e foi para a Sicília e para o Egito, onde passou aproximadamente dez anos viajando.
Em 387, com seu regresso a Atenas, Platão fundou uma Academia, uma instituição tida como a primeira universidade da Europa.  A Academia oferecia um currículo de matérias tais como astronomia, biologia, ciências políticas e filosofia. Aristóteles foi o aluno mais famoso da Academia.  A Academia de Platão se manteve em funcionamento por mais de novecentos anos.
Em 367 Platão retornou a Sicília tentando influenciar a política local com seus ideais, mas logo voltou a Academia em Atenas onde passou o resto de sua vida, com exceção de algumas viagens, onde ensinava e escrevia. Platão faleceu em 347 a .C., com oitenta anos de idade.
SUAS OBRAS
Fases dos diálogos
Os ensinamentos de Platão foram escritos em forma de diálogo, de uma conversa ou um debate entre várias pessoas.
Seus diálogos são divididos em três fases. A primeira fase é representada com Platão tentando comunicar a filosofia de Sócrates. Muitos dos diálogos têm a mesma forma. Sócrates encontra alguém que diz que sabe muito. Sócrates se diz ignorante a procura de conhecimento e faz várias perguntas, mostrando que aquele que se dizia mestre no assunto realmente não sabe nada. Os diálogos terminam em aporia.
Os diálogos da segunda e terceira fase relatam as próprias ideias de Platão, por mais que ele continue a utilizar Sócrates como personagem em seus diálogos.
Teoria das Formas ou das Ideias
A parte central da filosofia de Platão é a teoria das formas, ou o mundo das ideias.
Ideias ou formas são arquétipos imutáveis. De acordo com Platão só essas ideias/formas são constantes e reais. Platão divide o mundo em duas partes – o mundo das ideias, onde tudo é constante e real, e o mundo físico em que vivemos, onde o fluxo é constante e a realidade é relativa. As formas então mantêm a ordem e a estrutura das ideias do mundo.
Platão distinguiu dois níveis de saber: opinião e conhecimento. Afirmações relacionadas com o mundo físico, são consideradas como uma opinião, mesmo que estivessem baseadas na lógica ou na ciência. Segundo Platão, o conhecimento é derivado da razão e não da experiência.  Ele pregava que somente através da razão atingimos o conhecimento das formas.
Platão diz que as formas têm uma realidade que vai além do mundo físico por causa de sua perfeição e estabilidade. O mundo físico se parece com as formas, mas devido a constantes mudanças nunca chega a sua perfeição.
Um exemplo para entender a diferença entre o mundo das formas e o mundo físico é dado por Platão em termos matemáticos. Devido ao mundo das formas temos a concepção de um círculo perfeito – totalmente redondo composto de uma série de pontos que apresentam exatamente a mesma distância do ponto central. No mundo físico, porém, essa figura não é vista. Círculos nunca são desenhados perfeitamente. A idéia do círculo existe e é imutável, porém ela só pode ser conhecida pela razão e não pela experiência do círculo perfeito no mundo físico.
Platão aplica sua teoria a conceitos como beleza, justiça, bondade, entre outros. A pessoa é bela ou justa por que nela há algo que se parece com a forma do belo ou do justo, presente no mundo das ideias. O amor no mundo das ideias também é perfeito, daí vem a expressão amor platônico, utilizada nos dias de hoje.
Teoria Política
A República é a maior e mais reconhecida obra política de Platão.  A obra se foca na questão de justiça: Como é um Estado justo? Quem é um individuo justo?
Segundo Platão, a melhor forma de governo é a aristocracia por mérito. Platão divide o estado ideal em três classes: a classe dos comerciantes, a classe dos militares e a classe dos filósofos-reis. Os filósofos-reis são encarregados de governar o país. As classes não são hereditárias, elas são determinadas pelo tipo de educação obtida pela pessoa.  Com maior nível de educação a pessoa se pertence à classe dos filósofos-reis.
A República aborda diversos temas sobre justiça, governo e apresenta um governo utópico. Essa obra vem sendo amplamente lida através dos séculos, por mais que suas propostas nunca foram adotas como uma forma de governo concreta.

Alegoria da Caverna
Todos nossos sentidos, diz Sócrates, mantêm uma relação direta com o que sentem. Não é esse, porém, o caso da visão. Para que a visão se realize, não bastam os olhos (ou a faculdade da visão) e as coisas coloridas (pois vemos cores e são elas que desenham a figura, o volume e as demais qualidades da coisa visível), mas é preciso um terceiro elemento que permita aos olhos verem e às coisas serem vistas: para que haja um visível visto é preciso a luz. A luz não é o olho nem a cor, mas o que faz com que o olho veja a cor e que a cor seja vista pelo olho. É graças ao Sol que há um mundo visível. Por que as coisas podem ser vistas? Porque a cor é filha da luz. Por que os olhos são capazes de ver? Porque são filhos do Sol: são faróis ou luzes que iluminam as coisas para que se tornem visíveis. A visão é, assim, uma atividade e uma passividade dos olhos. Atividade, porque é a luz do olhar que torna as coisas visíveis. Passividade, porque os olhos recebem sua luz do Sol.
Conhecer a verdade é ver com os olhos da alma ou com os olhos da inteligência. Assim como o Sol dá sua luz aos olhos e às coisas para que haja mundo visível, assim também a idéia suprema, a idéia de todas as ideias, o Bem (isto é, a perfeição em si mesma) dá à alma e às ideias sua bondade (sua perfeição) para que haja mundo inteligível. Assim como os olhos e as coisas participam da luz, assim também a alma e as ideias participam da bondade (ou perfeição) e é por isso que a alma pode conhecer as ideias. E assim como a visão é passividade e atividade do olho, assim também o conhecimento é passividade e atividade da alma: passividade, porque a alma precisa receber a ação das ideias para poder contemplá-las; atividade, porque essa recepção e contemplação constituem a própria natureza da alma.
Assim como na treva não há visibilidade, assim também na ignorância não há verdade.
Sob a analogia da luz, a diferença entre o sensível e o inteligível se apresenta assim:
MUNDO SENSÍVEL
MUNDO INTELIGÍVEL
Sol
Luz
Cores
Olhos
Visão
Treva, cegueira
Privação de luz
Bem
Verdade

Ideias
Alma racional ou inteligência
Intuição
Ignorância, opinião

Privação de verdade

Essa analogia é o tema do Mito da Caverna, narrado por Sócrates a Glauco para fazê-lo compreender o sentido da paidéia filosófica, isto é, da dialética e do conhecimento verdadeiro.
Imaginemos, diz Sócrates, uma caverna subterrânea separada do mundo externo por um alto muro. Entre este e o chão da caverna há uma fresta por onde passa alguma luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa.
Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali estão acorrentados, sem poder mover a cabeça na direção da entrada, nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do Sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros, pois não podem mover a cabeça nem o corpo, e sem se ver a si mesmos porque estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna.
Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres, animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.
Nesse ponto, Glauco diz a Sócrates que o quadro descrito por ele lhe parece algo estranho, incomum e inusitado. Sócrates, porém, diz-lhe que os prisioneiros “são semelhantes a nós”. E prossegue. Os prisioneiros se comunicam, dando nomes às coisas que julgam ver (sem vê-las realmente, pois estão na obscuridade) e imaginam que o que escutam, e que não sabem que são sons vindos de fora, são as vozes das próprias sombras e não vozes dos seres reais. Qual é, pois, a situação dessas pessoas aprisionadas?
Tomam sombras por realidade, tanto as sombras das coisas e dos homens exteriores como as sombras dos artefatos fabricados por eles. Essa confusão, porém, não tem como causa a natureza dos prisioneiros e sim as condições adversas em que se encontram. Por isso Sócrates indaga: que aconteceria se fossem libertados dessa condição de miséria e, “retornando à sua natureza, pudessem ver as coisas e ser curados de sua ignorância?”.
Essa pergunta é um tanto grave. De fato, para os prisioneiros, o único mundo real é a caverna, portanto, a obscuridade na qual não podem se ver nem ver os outros não é percebida como tal e sim experimentada como realidade verdadeira. E a caverna é para eles todo o mundo real, pois não sabem que o que vêem na parede do fundo são sombras de um outro mundo, exterior à caverna, uma vez que não podem virar a cabeça para ver que há algo lá fora e que é de lá de fora que outros homens lhes enviam imagens e sons.
Ora, se para os prisioneiros o mundo real é a caverna, como poderiam sair da ilusão se não sabem que vivem nela?
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De início, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando as durezas de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a ação da luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Incredulidade porque está obrigado a decidir onde se encontra a realidade: no que vê agora ou nas sombras em que sempre viveu. Deslumbramento (literalmente: ferido pela luz) porque seus olhos não conseguem ver com nitidez as coisas iluminadas. Seu primeiro impulso é retornar à caverna para livrar-se da dor e do espanto. Embora esteja reconquistando sua verdadeira natureza, o sofrimento que essa reconquista lhe traz é tão grande que se sente atraído pela escuridão, que lhe parece mais acolhedora. Além disso, precisa aprender a ver e esse aprendizado é doloroso, fazendo-o desejar a caverna, onde tudo lhe é familiar e conhecido.
A descrição platônica é dramática: o caminho em direção ao mundo exterior é íngreme e rude; o prisioneiro libertado sofre e se lamenta de dores no corpo; a luz do Sol o cega; ele se sente arrancado, puxado para fora por uma força incompreensível. Platão narra um parto: o parto da alma que nasce para a verdade e é dada à luz.
Sentindo-se sem disposição para regressar à caverna por causa da rudeza do caminho, o prisioneiro permanece no exterior. Aos poucos, habitua-se à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de finalmente ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as suas forças para jamais regressar a ela. No entanto, não pode evitar lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era ingrato e a luz, ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que se habituar à luz. De volta à caverna, o prisioneiro fica cego novamente, mas, agora, por ausência de luz. Ali dentro, é desajeitado, inábil, não sabe mover-se entre as sombras nem falar de modo compreensível para os outros, não sendo acreditado por eles. Torna-se objeto de zombaria e riso, e correrá o risco de ser morto pelos que jamais se disporão a abandonar a caverna. Impossível aqui não identificar a figura de Sócrates na do prisioneiro que se liberta, retorna e é morto pelos homens das sombras.
A caverna, explica Sócrates a Glauco, é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do Bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricados de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões nem se mover com engenho no interior das aparências e ilusões.
Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação. A paidéia filosófica é uma conversão da alma voltando-se do sensível para o inteligível. Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em si mesma a capacidade para ver.
O Mito da Caverna apresenta a dialética como movimento ascendente de libertação do olhar intelectual que nos livra da cegueira para vermos a luz das ideias. Mas descreve também o retorno do prisioneiro para convidar os que permaneceram na caverna a sair dela, ensinando-lhes como quebrar os grilhões e subir o caminho. Há, assim, dois movimentos: o de ascensão (a dialética ascendente), que vai da imagem à crença ou opinião, desta para as matemáticas e destas para a intuição intelectual e a ciência; e o do descenso (a dialética descendente), que consiste em praticar com outros o trabalho para subir até às ideias.
Os olhos foram, portanto, feitos para ver, a alma foi feita para conhecer. Os primeiros estão destinados à luz solar, a segunda, à fulguração/revelação da idéia. A dialética é a técnica que liberta os “olhos do espírito”.
O relato da subida e da descida expõe a Paidéia como dupla violência necessária para a liberdade e para a realização da natureza verdadeira da alma: a ascensão é difícil, dolorosa, quase insuportável; o retorno à caverna, uma imposição terrível à alma libertada, agora forçada a abandonar a luz e a felicidade. A dialética, como toda técnica, é uma atividade exercida contra uma passividade, é um esforço para obrigar uma dÚnamij a se atualizar, um trabalho para concretizar um fim, forçando um ser a realizar sua própria natureza. No Mito da Caverna, a dialética leva a alma a ver sua própria essência ou forma , isto é, conhecer, vendo as essências ou formas, para descobrir seu parentesco com elas, pois a alma é parente da idéia como os olhos são parentes da luz.

Bibliografia
PRÉ-SOCRÁTICOS, Col. “Os Pensadores”, vol. 1, seleção de textos e supervisão do prof. Dr. José Cavalcante de Souza, São Paulo,Abril Cultural, 1978.
Bibliografia Complementar
CHAUI, M. Filosofia, Série Novo Ensino Médio, Volume Único, São Paulo, Editora Ática, 2004.
CHAUI, M. Introdução à História da Filosofia – dos pré-socráticos a Aristóteles, Volume 1, São Paulo, Cia. das Letras, 2002.
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e Grandes Temas, São Paulo, Ed. Saraiva, 7a tiragem, 2005.
KIRK, G.S., RAVEN, J. E. & SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos, Lisboa, Fund. Calouste Gulbenkian, 1994. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Oficina e Palestra - Projeto Vocacional


Confecção de banco com papelão na oficina de engenharia de produção da faculdade Anhembi-Morumbi




O nosso projeto vocacional tem como objetivo promover aos alunos do ensino médio tanto inquietações quanto respostas sobre as diversas profissões disponíveis no mercado de trabalho.
No dia 24 de abril fomos à Universidade Anhembi- Morumbi para mais um momento de interação entre profissionais e alunos do 2ª e 3ª séries do ensino médio.
Como notei o interesse de grande número de alunos nas profissões de Psicologia e Engenharia, foi elaborada uma palestra para informar sobre as oportunidades e campo de atuação dos psicólogos e uma visita a um laboratório de engenharia de produção, onde foi feito uma dinâmica com um profissional da área.
Estas atividades foram bem interessantes e geraram o conhecimento pretendido, mas também serviram como uma oportunidade de interação entre as salas e professora!